A escolha da cadeira e a Ergonomia

Uma vez adaptado o posto para o trabalho sentado, é preciso observar certos critérios na escolha da cadeira operacional. A cadeira deve ser adequada à natureza da tarefa e às dimensões antropométricas (estudo das medidas e dimensões das diversas partes do corpo humano) da população. Não existe uma cadeira que seja “ergonômica” independentemente da função exercida pelo trabalhador. Basta lembrar que uma cadeira confortável para assistir à televisão não é adequada para uma secretária, por exemplo, que deve se movimentar entre a mesa, um arquivo e uma impressora etc. O contrário também é verdadeiro.

A altura da cadeira deve ser definida de forma que os pés estejam bem apoiados. A partir daí, ajusta-se a altura da cadeira em função da superfície de trabalho. A regulagem do assento deve permitir que ele fique entre 420 a 500 mm do solo, acomodando bem a maioria da população.
A profundidade do assento não pode ser muito reduzida nem muito grande, devendo ter de 380 a 460 mm. A dimensão deve permitir ao usuário manter seu centro de gravidade sobre o assento. No entanto, o assento não pode ser muito profundo para que o menor percentil tenha mobilidade na área popliteal (área da curva da perna).

A conformação do assento deve também permitir alterações de postura, aliviando, assim, as pressões sobre os discos intervertebrais e as tensões sobre os músculos dorsais de sustentação.

A densidade e resiliência da espuma do assento também são importantes para suportar as tuberosidades isquiáticas(saliências ósseas palpáveis atrás das coxas, a meia prega glútea). É preferível assento com inclinação para trás em torno de 5º graus com relação à horizontal. Isso impede que a pessoa escorregue para frente, o que pode acontecer em assentos paralelos ao solo. É importante que o encosto forneça um bom apoio lombar.

Concluindo, qualquer postura desde que mantida prolongadamente é mal tolerada. A alternância de posturas deve ser sempre privilegiada, pois permite que os músculos recebam seus nutrientes e não fiquem cansados.
O conforto do trabalho sentado é também função do tempo de manutenção da postura, da altura do plano de trabalho e da cadeira, das características da cadeira de escritório, da adaptação às exigências visuais, dos espaços para pernas e pés.

ergonomia

As vantagens da posição sentada são:

• Baixa solicitação da musculatura dos membros inferiores, reduzindo, assim, a sensação de desconforto e cansaço;
• Possibilidade de evitar posições forçadas do corpo;
• Menor consumo de energia;
• Facilitação da circulação sanguínea pelos membros inferiores.

As desvantagens são:

• Pequena atividade física geral (sedentarismo);
• Adoção de posturas desfavoráveis: lordoses ou cifoses excessivas;
• Estase sanguínea nos membros inferiores, situação agravada quando há compressão da face posterior das coxas ou da panturrilha contra a cadeira executiva, se esta estiver mal posicionada.